Por Gajo de Alfama
Mão com Globo, de Maurits Cornelis Escher
A complexificação dos meus sentimentos por completo,
relativo ao vazio infinito do reflexo de dois espelhos opostos
subitamente me joga para fora da fronteira que separa a felicidade e a tristeza.
A negação da completitude de afeições complexas,
espelha a relatividade fracassada de dois travesseiros de papel.
Queimados, as cinzas já adubaram a horta.
As palavras, quando arremessadas no vácuo,
são ouvidas somente pelas cidades despovoadas e radioativas,
Mas me transportam a uma pedra que re-significa o ar, a água, o fogo e a terra.
Nessa girândola que é a vida, o bom mesmo é ser firme, aéreo, quente e molhado.
Carrossel de animais empalhados, cabelos humanos, azulejos azuis, asas de avestruz.
Toda emoção que sinto ao pegar teus joelhos,
subir pelas pernas suadas, te morder na nuca,
beijar a carnosidade mais flácida de tua orelha,
puxar carinhosamente teus cabelos.
Virar tua face contra a minha,
encarar teus olhos castanhos,
e dizer: “te amo”.
encarar teus olhos castanhos,
e dizer: “te amo”.
Sem comentários:
Enviar um comentário