sexta-feira, 29 de abril de 2011

A Cigana

Por Gajo de Alfama

No sono da madrugada, o futuro de repente me desperta.

Hoje acordei, fumei um cigarro, tomei uma caneca de café.

Uma mancha negra dizia que não se fazem planos como se constroem casas,

pois sonhos tem muros de areia, nunca de cimento. 

Os meus envolvem morar em Itapuama ou no Janga.

Ontem à tarde encontrei uma cigana, 

que leu minha mão e falou sobre a vida.

Não quis saber a data que morrerei,

nem o dia de nascimento da terceira filha.

Então ela me disse para fechar os olhos e caminhar sem medo de cair nas profundezas do infinito, porque de vez em quando o abismo está no seu passado e te apunhala pelas costas.

Mas já dizia o camarada Karl Marx, “tudo que é sólido desmancha no ar”.

Então vamos brindar a dissolução dos psico-traumas subliminados.

Uma vez que os raios de sol já saíram sobre o céu cavado

e a chuva não é mais um temporal.








1 comentário:

  1. cada passo
    areia nova
    sem antes
    sem depois

    leveza
    quase insustentável
    delicado sereno
    sobre a teia da aranha.

    http://www.youtube.com/watch?v=jjof0glp_as

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