quarta-feira, 18 de maio de 2011

Tropical

Por Gajo de Alfama
homenagem ao Futebol Clube do Porto

I
 Entre as nuvens mais claras que a noite
a luz ilumina o bom rapaz
nas avenidas desertas de medo.
Um sorriso encontra-se perdido nos bares.
Percebeste um cartaz de amor?
“Procuro quem endossa a loucura,
carrasco de paz.
Por onde andarás, olhos morenos?
Nestas ruas vazias desejo encontrar
um vento frio que anime o sonhador
compartilhando o conto da rainha morta
gelo, névoa e luar”

II
Era madrugada naqueles becos de Coimbra,
nenhuma capa preta,
nem mesmo uma alma perdida passeava no Jardim da Manga.
Os fantasmas perseguem os loucos endiabrados
que gritam pela deusa que há dias assombra a Cabra.
Um homem procura se enturmar
entre embriagados no bar que fecha às três horas.
“Senhores, alguém viu um apaixonado?
Algum de vocês olha com tristeza a luz do dia
a sofrer por sarcasmo?
Tormentos, agonia
de querer um beijo com gosto de damasco.”

III
“Foda-se Pá. Cala-te.
Aquela era a imagem divina
mais bela de todas as mortais, era linda.
Em todos os corações brotaram alegria
como se a vida nos desse uma nova fantasia
e sobre as mesas aprendêssemos a sonhar.
Mas quem somos? Ninguém vagando para casa!
Ou por acaso ainda ouves aquela voz nos teus ouvidos?
 imaginas se deitar sobre aquela gaja
e fazê-la jurar que nunca serás abandonado?
Se pensas assim desiste, 
os romanos vieram, roubaram-na,
e depois o FMI. 
És órfão, condenado a beber o soro
que te proíbe de pensar sobre o retorno”
Anjo destemperado.
 Pois.

IV:
Não tenhas vergonha pá, deixa estar
Bacalhau, migas, chanfana, cabidela.
Trinca a casca dos tremoços
Que fazes com este copo vazio?
Thiago, traz-me um fino, faz favore.
Queres falar do Benfica? Perdeu.
E quem é o campeão?
O campeão és tu pá. És tu!
Carago, vamos pro NL.


  

Sem comentários:

Enviar um comentário